domingo, 18 de janeiro de 2009

Porque orar sempre

“Não se deveria contar o tempo passado em oração, mas o tempo em que não se reza... Questão de amor... Rezar sempre? Quais novos “Nicodemos”, respondemos: impossível! Oração é vida teologal em exercício... vida da alma em Deus... vida das três Pessoas Divinas em nós. É para isso que a alma foi feita” (Lochet)
É a queixa do Papa. “De uns tempos para cá, até os bons, até os fiéis, até os consagrados a Nosso Senhor, rezam menos” (Paulo VI, 13.8.1969)
Os quatro evangelistas fornecem-nos, sobre a oração, material em abundância: prova que a oração foi tida na Igreja primitiva como assunto importante.

O que aumenta o mérito da oração é orar com amor. Como disse Isabel da Trindade, ainda criança, a uma senhora que estranhou suas longas horas de adoração perante Jesus no sacrário: “Madame, nós nos queremos muito”.

Quando uma alma pára de rezar, nós a consideramos como nossa, disse o demônio ao santo milagreiro Pierre Lamy, vigário num subúrbio de Paris, +1931.
Nossa Senhora assiste à sua missa, e no memento dos vivos insiste: “É preciso pedir mais; pois há abundância e superabundância para dar”.

“Para falar com Deus, não é necessário talento. Eloqüência e oratória são inúteis. Cartas de recomendação (dos grandes desta terra) são contra-indicadas, e em nada favorecem. Miséria e humildade ainda são a nossa melhor recomendação. Nada de cerimônias. Nada de rubricas e etiquetas a observar. Basta a fé que transporta montanhas” (F. W. Faber 1. c.)

A oracão pelo próximo II

Sta. Catarina de Sena reza pelos pecadores. Seu primeiro troféu é o blasfemador André Nandini, convertido ao amor de Deus na hora da morte. Depois Deus pede-lhe expressamente: “Recomendo-te que rezes com fervor e com perseverança pela conversão dos pecadores; quero que por eles me faças violência com preces e lágrimas”. Sta. Teresinha salvou o tríplice assassino, Pranzini, um minuto antes de morrer na forca.

Em nosso século, Jesus diz a Gertrudes Maria (1907): “Vem comigo. Vou percorrer o mundo todo. Bato à porta de todos os corações. A maioria recusa entrada. Vem, acompanha-me. Enquanto bato, tu rezas. Quando sou rejeitado, tu me consolas”. “Fiz o que Jesus pediu. O dia todo ficamos visitando o mundo inteiro: com Jesus, tudo vai ligeiro”.

Sta. Margarida Alacoque deixou-nos dito: “Um justo pode alcançar o perdão de mil pecadores”. Sta. Coleta pediu certa vez a conversão de mil pecadores. Depois, refletindo melhor, ou pior, espantou-se do seu pedido, que lhe pareceu temerário. A Santíssima Virgem apareceu-lhe sorrindo e mostrando-lhe os convertidos. Eram mil.

O’Connel, o libertador da Irlanda no século XIX, rezou terços no Parlamento de Londres, durante as sessões que decidiram o destino de sua pátria. Ganhou batalhas parlamentares tão deslumbrantes, diz ele, graças aos terços de sua mãe, na Irlanda.

Fonte: Pe João Beting, Manual de teologia mística.